domingo, 24 de maio de 2009

Greve! (João Batista de Andrade, 1979)


O documentário segue os eventos principais da greve realizada pelos trabalhadores metalúrgicos do ABC (cidades suburbanas industriais de São Paulo), liderados por Lula, em março, 1979, com testemunhais de trabalhadores que participaram, revelando as razões objetivas que os levaram a um sólido e transformador movimento.
Gênero: Documentário
Diretor: João Batista de Andrade
Duração: 36 minutos
Ano de Lançamento: 1979

(...) "Depois, mais perto da anistia, com a abertura em marcha, tive também a honra de ter meu filme GREVE! lançado, ainda durante a greve dos metalúrgicos (1979) pelo movimento cineclubista. Sem censura, com matéria em jornal, cobrando ingressos no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, com filas que desciam do primeiro andar, atravessavam o saguão do prédio e chegavam até à rua! Claro, sei lá quantas cópias foram apreendidas e eu ganhei um processo ( que os censores trataram de destruir logo depois da abertura). Mas o filme foi um sucesso inquestionável: mostrava ao país as imagens da greve, e de Lula, proibidas na TV. E foi através do "Greve!" e do filme do Renato (Um dia Nublado) que os líderes da greve, inclusive Lula, viram as imagens do movimento que eles próprios produziam e ainda conduziam." - João Batista de Andrade [fonte]
Prêmio Especial do Júri no Festival de Havana de 1979
Para baixar clique AQUI

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Para quem serve uma manifestação pacífica?

Gustavo Amora*

Em meio aos escândalos que se sobrepõem uns aos outros cotidianamente, chamou a atenção do país para uma discussão entre dois Ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. O que diferencia este episódio de outros “bate-bocas” entre autoridades ocorridos anteriormente é que as duras críticas do Ministro Joaquim Barbosa refletiam algo como um clamor popular. Se avaliarmos o histórico do Ministro Gilmar Mendes no judiciário brasileiro, fica fácil perceber que muito além daquela empáfia que tanto incomoda o cidadão comum, o Presidente da mais alta corte do país já havia ultrapassado suas atribuições há bastante tempo. Seja quando se aliou aos mandos e desmandos da política local do seu Estado de origem, ou quando defendeu grandes especuladores nacionais e internacionais, institucionalizando o que o Brasil tem de mais absurdo, que é a convivência de pessoas/categorias infra e supraconstitucionai s. Na visão de Plínio de Arruda Sampaio, enquanto a Constituição não faz sentido para 80 milhões de pobres e miseráveis (infraconstiticiona is), que não têm acesso aos direitos mínimos da cidadania como saúde, transporte, segurança e educação de qualidade, os ricos operadores do mercado financeiro podem se considerar pessoas acima das leis, isto é, muito mais do que ilegais, mas sim supraconstitucionai s, em virtude da sua condição social.

Cidadania pela metade em convivência com a cidadania que paira acima das leis não é novidade aqui na periferia do capitalismo, mas o advento trazido pelo atual Presidente do STF é a afirmação sob o ponto de vista democrático deste tipo de prática, algo que antes se dava apenas “por baixo dos panos”. Neste sentido, a resposta do Ministro Joaquim Barbosa pode ser lida como um manifesto republicano, que seria uma tentativa de devolver a ilegalidade ao seu espaço de origem, de banditismo, e afirmar que o país está buscando romper com os valores do corporativismo, clientelismo e patrimonialismo e não naturalizá-los. Talvez por isto, o protesto solitário de um Ministro igualmente solitário tenha sido o estopim para um reclame popular que culminou com uma manifestação pacífica realizada na praça dos três poderes do último dia 06/05/09.

O que surpreendeu neste caso, foi o silencio generalizado das autoridades e da mídia grande (poderia soar elogioso dizer grande mídia) sobre o ato. Pouco mais do que uma nota nos principais jornais, algumas delas com recursos de desqualificaçã o embutidos, como quando apresentaram o protesto como sendo uma manifestação de deputados do PSOL e estudantes da UnB. Não obstante, a postura do próprio Presidente do STF sobre a repercussão de suas atitudes é reflexo do momento que estamos vivendo. Ao afirmar que as manifestações eram naturais e que o qualificavam como figura pública democrática, já que o tribunal que ele preside havia autorizado manifestações naquela praça, o ministro se igualou a outra figura pública não menos rejeitada, George W. Bush, que em visita oficial ao Reino Unido se referiu a um protesto que reuniu milhões de pessoas em Londres contra a guerra do Iraque como sendo a grande justificativa para a invasão do Iraque, em suas palavras, eles estariam atacando o Iraque para garantir que a população daquele país também tivesse liberdade para no futuro ir às ruas protestar contra o seu próprio governo.

Guardadas as proporções, a constatação que se depreende é que o sistema político, do modo como está instituído atualmente, não oferece mecanismos institucionais para que se promova qualquer mudança importante na política. A resposta de alguns setores da academia para este dilema são teorias conservadoras de base neomaquiaveliana, que ao serem reinterpretadas para a realidade brasileira, buscam naturalizar o descompasso entre representantes e representados ao naturalizar as práticas personalistas como sendo um traço da cultura brasileira, algo como que uma tradição popular refletida fidedignamente em nossos representantes. Por outro lado, existe outro caminho, progressista, que busca compreender e reivindicar (ao mesmo tempo) uma alternativa para o Brasil, e repactuar suas relações com Estado e a sociedade a fim de firmar um compromisso republicano que coloque de lado as práticas e valores de um Estado patrimonialista.

Caso isto não ocorra, o que será possível fazer quando a população concluir que não existem de fato mecanismos de transformação dentro dos procedimentos democráticos convencionais, em outras palavras, o que fazer quando uma manifestação pacífica não for mais suficiente? Antes que isto ocorra, é necessário repactuar relações, perfis de conduta e os procedimentos democráticos. O momento pede que a classe política ouça a voz das ruas e se comprometa com uma nova postura. Se existe alguma janela dentro da democracia brasileira, ela está sendo aberta pela sociedade. O que pessoas como o Ministro Gilmar Mendes precisam fazer é sair às ruas.  

*Gustavo Amora é Mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"A revolução não será televisionada" - "Baixe Agora"



A Revolução Não Será Televisionada, também conhecido como Chávez: Bastidores do Golpe, é um documentário irlandês, filmado e dirigido por dois cineastas irlandeses, Kim Bartley e Donnacha O'Briain, a respeito do golpe de estado que, em 2002, depôs o presidente eleito da Venezuela Hugo Chávez. Após dois dias, durante os quais o empresário Pedro Carmona foi declarado chefe de estado, permanecendo no palácio presidencial pelas 48 horas seguintes.

O golpe perdeu força, e Chávez retomou o poder. Esse documentário mostrou como estava a vida dos venezuelanos entre a época que aconteceu o golpe de estado e a recuperação de Hugo Chávez.

O documentário nasceu por obra de uma equipe de TV irlandesa (Rádio Telefís Éirieann) que estava em Caracas, no Palácio de Miraflores, para filmar um documentário sobre Chávez. Ao perceber a agitação política no país, os documentaristas direcionaram seu foco para os acontecimentos que levaram à deposição e ao retorno de Chávez.

Esse documentário ganhou doze importantes prêmios internacionais e foi nomeado para mais quatro.

A Revolução Não Será Televisionada já foi transmitido no Brasil pela TV Câmara. O documentàrio não foi amplamente distribuído; por de todos modos, a economia informal está distribuindo cópias ilegais em DVD por quase todo o território venezuelano.

Para saber e se esclarecer click AQUI e baixo o video


domingo, 17 de maio de 2009

Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás


Um relato realista e comovente das relações entre Brasil e África inspirou o videomaker Renato Barbieri e o historiador Victor Leonardi a criar uma série de quatro documentários chamada Atlântico Negro.

Na Rota dos Orixás apresenta a grande influência africana na religiosidade brasileira. Na fita, Renato Barbieri mostra a origem de as raízes da cultura jêje-nagô em terreiros de Salvador, que virou candemblé, e do Maranhão, onde a mesma influência gerou o Tambor de Minas.

Um dos momentos mais impressionantes deste documentário é o encontro de descendentes de escravos baianos que moram em Benin, um país africano desconhecido para a maioria do brasileiros, mantendo tradições do século passado.

Sinopse:
Viagem no espaço e no tempo em busca das origens africanas da cultura brasileira. Historiadores, antropólogos e sacerdotes africanos e brasileiros relatam fatos históricos e dados surpreendentes sobre as inúmeras afinidades culturais que unem os dois lados do Atlântico. Visão atual do Benin, berço da cultura iorubá. Filmado no Benim, no Maranhão e na Bahia.

Ficha Técnica
País de Origem: Brasil
Ano: 1998
Duração: 54 Minutos
Diretor: Renato Barbieri

Este ótimo documentário esta disponivel Aqui.
Links: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7

sábado, 16 de maio de 2009

Quem manda mais: um governo federal ou um fazendeiro?

14/05/2009
O primeiro capítulo da luta dos Sem Terra por um pedaço de chão na cidade de Taió, no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, foi interrompido pela ação do atual ocupante da área, o proprietário da Empresa HCR (Heidrich S.A.), também conhecida como Fazenda Mato Queimado. Resguardado por seguranças armados, o empresário Irineu Piazera proibiu a entrada de agentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e de um Oficial de Justiça que carregavam um mandado de imissão de posse, no início da tarde de 6/5.

Entre os funcionários do Incra/SC, estavam o Procurador-Chefe, o Ouvidor Agrário e o Superintendente Regional Substituto. A incursão seria o primeiro passo para a conquista da terra. Assim que o Instituto apresentasse o documento judicial, ...
Veja o restante AQUI

sexta-feira, 15 de maio de 2009

ENTREVISTA JACKSON LAGO

Se eu for chamado pelos populares para resistir, eu resistirei”

Camila Martins: Governador, sabe o que dá impressão? Que o Maranhão é um estado que está correndo risco de golpe a todo momento. Enquanto todas as outras instituições democráticas dos outros estados se consolidaram, não deixaram as do Maranhão se consolidarem. 
Mas a senhora tem toda a razão. Qual é o quadro político do estado? É um quadro resultante dos 40 anos quando nós tivemos a metade deles com o autoritarismo militar e a outra metade deles com o chefe político local maranhense, transformado em presidente da república, e depois grande aliado dos governos federais, de todos. O Sarney tem mais de 90 rádios, TVs, jornais, ele e os aliados.

Veja o restante da entrevista AQUI

Ato em São Paulo disse um Mega-Não ao AI-5 Digital

Foi bem ao estilo da internet, colaborativo, livre e online que aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo o ato contra o que está sendo chamado de AI-5 Digital 2.0 – movimento contra a aprovação do substitutivo do senador Eduardo Azeredo que está em tramitação no Senado Federal e transforma em crime a troca de arquivos digitais, proíbe a existência de redes abertas e torna os provedores em polícias privadas da internet.



Com a eloquência que lhe é peculiar, o ativista pela liberdade na web Sérgio Amadeu da Silveira, professor da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, apresentou às cerca de 300 pessoas presentes no ato, os impactos nocivos que a nova lei, se aprovada, poderá trazer à liberdade e à democracia.

“Essa lei é um absurdo”, afirmou Sérgio Amadeu, “a simples prática comum de recontar uma história que antes fazíamos em nossos quintais e que hoje crianças e jovens fazem na rede pode ser criminalizada. A dimensão lúdica não poderá mais existir”, disse ao contar a história da menina que foi processada pela Warner Bros., por ter feito um diário online do Harry Potter.

Internet precisa de marco civil

O advogado e professor da Faculdade Getúlio Vargas do Rio de Janeiro Luis Moncau fez uma análise técnica do projeto, afirmando que “por ser uma lei que trata de questões criminais com uma abrangência muito ampla e incerta” ela pode representar um perigo para a sociedade. Ele explicou que o Direito Penal sempre é o último recurso a ser usado e, no caso da internet questionou: “O que um projeto de lei como esse poderá trazer já que o Brasil não tem um marco regulatório civil para a internet? O Brasil precisa antes de tudo de um marco civil e não penal”, disse sob aplausos.

De acordo com o projeto substitutivo do Senador Azeredo, a troca livre e anônima de pacotes digitais passará a ser crime. “Se você comprar um CD e passar a música do seu CD para um pen-drive, você poderá estar cometendo um crime, de acordo com a redação do artigo 285-A do projeto”, explicou Sérgio Amadeu.

Estavam presentes no ato os deputados estaduais Simão Pedro, que coordenou a atividade, Rui Falcão e Paulo Teixeira, todos do PT, o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSol), o deputado federal Ivan Valente (PSol) e o senador Eduardo Suplicy (PT).

Comunicação livre e democrática

A internet inaugurou uma nova forma de comunicação interativa, multidirecional, transnacional e interagentes. É uma comunicação baseada na liberdade e na diversidade. É isso que permite os avanços tecnológicos da própria rede. O equilíbrio entre liberdade e controle, privacidade e vigilância precisa sempre estar no horizonte de qualquer iniciativa para regular a atividade da internet.

No entanto, essa preocupação nem tangencia a proposta em tramitação no Senado. “Essa é uma lei inócua contra os criminosos, abusiva em relação aos criadores e arbitrária diante dos cidadãos”, resume Sérgio Amadeu.

Rui Falcão sublinhou todos os perigos que o projeto representa caso seja aprovado e, diante da possibilidade real de sua aprovação no Congresso Nacional já levantou a bandeira do veto. “Se a luta da opinião pública não prosperar na Câmara dos Deputados e no Senado Federal ela vai prosperar com o veto do presidente da República a esse projeto”.

Interesses econômicos querem limitar a internet

O deputado federal Ivan Valente alertou que “os interesses econômicos que estão por detrás desse projeto precisam aparecer”. Marcelo Branco, do Fórum Internacional de Software Livre listou alguns desses interesses: a indústria cinematográfica de Hollywood, a indústria fonográfica, a Febraban. “Essa lei é contrária a todas as políticas públicas de inclusão digital desenvolvidas pelo governo Lula”, lembrou Branco.

Na internet um abaixo-assinado contra a aprovação do projeto do Senador Azeredo já conta com mais de 144 mil assinaturas.

O ato foi um alerta para que todos estejam atentos e participem das mobilizações pela liberdade na internet. Caso aprovada essa lei atingirá a todos, como demonstrou Fernando Aniteli do grupo Teatro Mágico ao perguntar quem, entre os presentes, já tinha trocado algum arquivo na internet. 99% das pessoas que estavam no ato levantaram as mãos.

Se fosse resumir o debate desta quinta-feira, 14/05, para postar no twitter, o recado final poderia ser: Defensores de 1 sociedade + justa, colaborativa e que tenha livre circulação do conhecimento ñ podem permitir que o AI-5 Digital seja aprovado.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Viva o STF! Sem o Gilmar, é claro!

Daniel Dantas acaba de perder sua primeira ação no STF!
Motivo: Pela primeira vez, quem julgou não foi o Gilmar Mendes!!!!
A RCL 7451 impetrada por Daniel Dantas pedia para anular uma ação penal contra ele.

Infelizmente para o maior banqueiro do país e felizmente para o povo brasileiro, o processo não foi distribuído para o amigo do banqueiro Gilmar Mendes!

A min. Carmem Lúcia acabou negando a anulação e pelo menos uma açãozinha o Daniel Dantas vai sofrer... Pelo menos até chegar no pleno do STF e o Presidente Gilmar mudar a história...

Entretanto, possivelmente, quando o processo for ao pleno, o Gilmar Dantas já terá sido expulso daquele tribunal, se depender do sujeito da esquina... Por que se depender do banqueiro, ele expulsa é a Min. Carmem Lúcia e não o presidente arrogante e parcial Gilmar Mendes...

Veja a reportagem AQUI

Batismo de Sangue

São Paulo, fim dos anos 60. O convento dos frades dominicanos torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis Tito (Caio Blat), Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves) passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella (Marku Ribas). Eles logo passam a ser vigiados pela polícia e posteriormente são presos, passando por terríveis torturas.
FICHA TÉCNICA
Título Original:
Batismo de Sangue
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2006
Qualidade: DVDRip
Formato: Avi
Áudio: Português

Download PARTE 1 e PARTE 2

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ex-ministro é flagrado escravizando trabalhadores

12/05/2009


Após uma fiscalização realizada em abril, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e promotores do Ministério Público, com o apoio da Polícia Federal, autuaram o Grupo Cabrera por manter 184 trabalhadores em situação análoga à de escravidão, em uma usina de cana-de-açúcar do município de Limeira do Oeste, em Minas Gerais.

A propriedade é de Antonio Cabrera, ex-ministro da Agricultura do Governo Collor (1990 - 1992) e ex-secretário da Agricultura de São Paulo durante o Governo de Mário Covas (1995 - 2001) 

O MTE constatou que a jornada dos trabalhadores era excessiva, os equipamentos de proteção inadequados e os alojamentos, irregulares.

Segundo o procurador do Trabalho Eliaquim Queiroz, operadores do plantio mecanizado, técnicos agrícolas e auxiliares chegavam a trabalhar quase 18 horas por dia em finais de semana, incluído o tempo gasto no transporte.

Cabrera fez constar em ata sua "sua discordância quanto à existência de condições de trabalho degradantes ou análogas".

O que não o impediu de firmar um acordo judicial pelo qual se comprometeu a pagar entre R$ 500 e R$ 1.800 de indenização a cada trabalhador, por danos morais; além de R$ 120 mil por danos morais coletivos.

TERRA PARA ROSE


(Brasil, 1987, 84min. - Direção: Tetê Morais)

Esse é um dos temas mais delicados para se discutir no Brasil: a luta do MST. Por anos o movimento é mostrado pelos principais meios de comunicação como sendo baderna ou de gente aproveitadora.

Enquanto na Europa, o movimento é aclamado recebendo inúmeros prêmios, inclusive o RIGHT LIVELIHOOD AWARD, também conhecido como Prêmio Nobel da Paz Alternativo da Academia Sueca. Para Noam Chomsky, um dos maiores pensadores vivos, o MST é o mais importante movimento social do mundo. Outros intelectuais brasileiros apóiam (ou apoiavam quando vivos) ativamente os sem-terra, dentre vários: Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Chico Buarque,Antonio Candido, Frei Betto.

Veja através desse filme, de onde parte a violência, quem são os verdadeiros agressores e quem são os injustiçados. Entenda as raízes dessa luta. É de suma importância que conheçamos a versão que a mídia nunca irá mostrar.
Esse blog faz um desafio: assista a esse documentário e fique passivo diante essa causa.

Para download: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7

domingo, 10 de maio de 2009

Filme para vc se deliciar....... "V de Vingança"

"Por baixo dessa mascara não há só carne, por baixo dessa mascara há idéias, e idéias são à prova de balas"



Na paisagem futurista de uma Inglaterra totalitária, V de Vingança conta a história de uma pacata jovem chamada Evey que é resgatada de uma situação de morte por um homem mascarado, conhecido apenas como "V". Incomparavelmente caristmático e extremamente habilidoso na arte do combate e destruição, V inicia com uma revelação quando convoca seus compatriotas a erguerem-se contra a tirania e opressão. Enquanto Evey descobre a verdade sobre o misterioso passado de V, ela também decobre a verdade sobre si mesma - emerge como uma imrovável aliada na preparação do plano V para trazer liberdade e justiça de volta à sociedade repleta de crueldade e corrupção.

sábado, 9 de maio de 2009

Lute: MST invade fazenda de Dantas

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA - DIZ O QUE O POVO TEM VONTADE DE DIZER

O jornalista acreano Altino Machado perguntou no último dia 13 ao presidente do supremo, o ministro Gilmar Mendes:

- Ministro, o senhor tem se manifestado constantemente em defesa da propriedade, contra as invasões, mas em nenhum momento o senhor se manifestou contra dezenas, centenas de assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais . Isso decorre do fato de o senhor ser ministro ou pecuarista?
E o que ele respondeu?!?




Como é? Pode protestar? Conta outra.

Parabéns ao jornalista pela coragem e do nosso ponto de vista, Altino, não tenha o menor cuidado de encurralar figuras como Gilmar Mendes.

81% dos prefeitos paulistas apóiam Reforma Agrária

08/05/2009

Uma pesquisa que traça o perfil dos prefeitos paulistas, realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) em parceria com a Secretaria de Comunicação e divulgada no início de abril deste ano, revela que nada menos que 81% dos prefeitos paulistas se declaram favoráveis à desapropriação de terras improdutivas para fins de Reforma Agrária.

Nos meses de novembro e dezembro de 2008, foram entrevistados 624 prefeitos, o que representa 96,7% do total de 645 municípios do Estado. Em todos os partidos, as respostas favoráveis foram consistentemente altas; em nenhum deles a incidência foi menor que 75%.

Segundo o diretor executivo do Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), Gustavo Ungaro, “O relato dos prefeitos parceiros do Itesp confirma que a realização de assentamentos rurais dinamiza a economia local e melhora a vida dos beneficiários. Em cidades pouco populosas do Pontal do Paranapanema os resultados são mais perceptíveis, atingindo também os setores de comércio e serviços".
(As informaçõe são do Boletim Eletrônico do Itesp)

Video sobre a noite inesquecível

Um dos vídeos sobre a noite inesquecível. 
Pela primeira vez um ministro do Supremo é questionado pelo povo.... 
E foi a primeira de várias noites inesquecíveis, em Brasília, em São Paulo, em Belo Horizonte, em Curitiba, em Salvador, no Rio de Janeiro, em Goiânia... em todo o País... Até que o Gilmar Dantas se lembre que é servidor público e escute o povo que agora só tem mais um pedido ao presidente autoritário, partidário e elitista do Supremo: "Saia às Ruas e não volte ao STF"!

Uma noite inesquecível, por Leandro Fortes



Não deixa de ser curioso constatar o clima de Baile da Ilha Fiscal que cercou, literalmente, a impressionante manifestação popular levada à cabo na noite de hoje, 6 de maio de 2009, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, aqui em Brasília. Logo cedo, o ministro Gilmar Mendes, alvo dos manifestantes, mandou colocar cercas em todo o perímetro do STF com a inacreditável desculpa de que seria preciso preservar o ambiente para um evento noturno, a apresentação de um anuário jurídico publicado pelo jornalista Márcio Chaer, do site Consultor Jurídico. Chaer e Mendes são amigos, mais que amigos, fraternos aliados empenhados em uma simbiose ideológica travestida de relação jornalística. Difícil é definir quem é a fonte de quem.

Quis o destino que a tertúlia do Conjur, montada para dar um ar de naturalidade a uma noite de protestos anunciados, surtisse um efeito perversamente oposto, alçada que foi a farra a pano de fundo perfeito para as luzes de milhares de velas acesas em frente ao STF. Graças ao convescote, os manifestantes puderam perceber a presença física, ainda que à distância, de Gilmar Mendes. Àquela altura, o presidente do STF já estava amargamente arrependido de ter apostado no fracasso da manifestação. Mais cedo, ele havia relegado o movimento a uma ação de inimigos dos quais, em mais uma de suas declarações infelizes, disse se orgulhar. Com Mendes na mira, vieram as palavras de ordem, gritadas a pleno pulmão. Ele ouviu.

Coisa linda é uma manifestação noturna com 10 mil velas. Pelo menos duas mil pessoas passaram pela Praça dos Três Poderes para participar, olhar ou só constatar o que estava acontecendo em meio àquela alegre balbúrdia de luz. Os carros normalmente indiferentes ao rush da capital federal buzinavam, em apoio aos manifestantes. Pessoas desciam dos ônibus para prestar solidariedade. Ele viu.

Que ninguém se engane. Esta noite, algo se quebrou em Brasília.


História do MST

Quem Somos

Para falar sobre a trajetória do MST é preciso falar da história da concentração fundiária que marca o Brasil desde 1500. Por conta disso, aconteceram diversas formas de resistência como os Quilombos, Canudos, as Ligas Camponesas, as lutas de Trombas e Formoso, a Guerrilha do Araguaia, entre muitas outras. 

Em 1961, com a renúncia do então presidente Jânio Quadros, João Goulart - o Jango - assume o cargo com a proposta de mobilizar as massas trabalhadoras em torno das reformas de base, que alterariam as relações econômicas e sociais no país. Vive-se, então, um clima de efervescência, principalmente sobre a Reforma Agrária. 

Com o golpe militar de 1964, as lutas populares sofrem violenta repressão. Nesse mesmo ano, o presidente-marechal Castelo Branco decretou a primeira Lei de Reforma Agrária no Brasil: o Estatuto da Terra. Elaborado com uma visão progressista com a proposta de mexer na estrutura fundiária do país, ele jamais foi implantado e se configurou como um instrumento estratégico para controlar as lutas sociais e desarticular os conflitos por terra. As poucas desapropriações serviram apenas para diminuir os conflitos ou realizar projetos de colonização, principalmente na região amazônica. De 1965 a 1981, foram realizadas 8 desapropriações em média, por ano, apesar de terem ocorrido pelo menos 70 conflitos por terra anualmente.

Nos anos da ditadura, apesar das organizações que representavam as trabalhadoras e trabalhadores rurais serem perseguidas, a luta pela terra continuou crescendo. Foi quando começaram a ser organizadas as primeiras ocupações de terra, não como um movimento organizado, mas sob influência principal da ala progressista da Igreja Católica, que resistia à ditadura. Foi esse o contexto que levou ao surgimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975.

Nesse período, o Brasil vivia uma conjuntura de extremas lutas pela abertura política, pelo fim da ditadura e de mobilizações operárias nas cidades. Fruto desse contexto, em janeiro de 1984, ocorre o primeiro encontro do MST em Cascavel, no Paraná, onde se reafirmou a necessidade da ocupação como uma ferramenta legítima das trabalhadoras e trabalhadores rurais. A partir daí, começou-se a pensar um movimento com preocupação orgânica, com objetivos e linha política definidos.

Em 1985, em meio ao clima da campanha "Diretas Já", o MST realizou seu primeiro Congresso Nacional, em Curitiba, no Paraná, cuja palavra de ordem era: "Ocupação é a única solução". Neste mesmo ano, o governo de José Sarney aprova o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que tinha por objetivo dar aplicação rápida ao Estatuto da Terra e viabilizar a Reforma Agrária até o fim do mandato do presidente, assentando 1,4 milhão de famílias. Mais uma vez a proposta de Reforma Agrária ficou apenas no papel. O governo Sarney, modificado com os interesses do latifúndio, ao final de um mandato de 5 anos, assentou menos de 90 mil famílias sem-terra. Ou seja, apenas 6% das metas estabelecidas no PNRA foi cumprida por aquele governo.

Com a articulação para a Assembléia Constituinte, os ruralistas se organizam na criação da União Democrática Ruralista (UDR) e atuam em três frentes: o braço armado - incentivando a violência no campo -, a bancada ruralista no parlamento e a mídia como aliada.

Os ruralistas conseguiram impor emendas na Constituição de 1988 ainda mais conservadoras que o Estatuto da Terra. 

Porém, nessa Constituição os movimentos sociais tiveram uma importante conquista no que se refere ao direito à terra: os artigos 184 e 186. Eles fazem referência à função social da terra e determinam que, quando ela for violada, a terra seja desapropriada para fins de Reforma Agrária. Esse foi também um período em que o MST reafirmou sua autonomia, definiu seus símbolos, bandeira, hino. Assim foram se estruturaram os diversos setores dentro do Movimento.

A eleição de Fernando Collor de Melo para a presidência da República em 1989 representou um retrocesso na luta pela terra, já que ele era declaradamente contra a Reforma Agrária e tinha ruralistas como seus aliados de governo. Foram tempos de repressão contra os Sem Terra, despejos violentos, assassinatos e prisões arbitrárias. Em 1990, ocorreu o II Congresso do MST, em Brasília, e que continuou debatendo a organização interna, as ocupações e, principalmente, a expansão do Movimento em nível nacional. A palavra de ordem era: "Ocupar, resistir, produzir".

Em 1994, Fernando Henrique Cardoso vence as eleições com um projeto de governo neoliberal, principalmente para o campo. É o momento em que se prioriza novamente a agro-exportação. Ou seja, em vez de incentivar a produção de alimentos, a política agrícola está voltada para atender os interesses do mercado internacional e para gerar os dólares necessários para pagar os juros da dívida externa.
No ano seguinte, o MST realizou seu III Congresso Nacional, em Brasília. Cresce a consciência de que a Reforma Agrária é uma luta fundamental no campo, mas que se não for disputada na cidade nunca terá uma vitória efetiva. Por isso, a palavra de ordem foi "Reforma Agrária, uma luta de todos".

Já em 1997, o Movimento organizou a histórica "Marcha Nacional Por Emprego, Justiça e Reforma Agrária" com destino a Brasília, com data de chegada em 17 abril, um ano após o massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 Sem Terra foram brutamente assassinados pela polícia no Pará.

Em agosto de 2000, o MST realiza seu IV Congresso Nacional, em Brasília, cuja palavra de ordem foi "Por um Brasil sem latifúndio" e que orienta as ações do movimento até hoje. 

O Brasil sofreu 8 anos com o modelo econômico neoliberal implementado pelo governo FHC, que provocou graves danos para quem vive no meio rural, fazendo crescer a pobreza, a desigualdade, o êxodo, a falta de trabalho e de terra. A eleição de Lula, em 2001, representou a vitória do povo brasileiro e a derrota das elites e de seu projeto. Mas, mesmo essa vitória eleitoral não foi suficiente para gerar mudanças significativas na estrutura fundiária e no modelo agrícola. Assim, é necessário promover, cada vez mais, as lutas sociais para garantir a construção de um modelo de agricultura que priorize a produção de alimentos e a distribuição de renda.

Hoje, completando 24 anos de existência, o MST entende que seu papel como movimento social é continuar organizando os pobres do campo, conscientizando-os de seus direitos e mobilizando-os para que lutem por mudanças. Nos 23 estados em que o Movimento atua, a luta não só pela Reforma Agrária, mas pela construção de um projeto popular para o Brasil, baseado na justiça social e na dignidade humana.

Fonte: www.mst.org.br